Galo na história: a batalha do Beira-Rio

25 de agosto de 1977

Internacional e Futebol Clube Santa Cruz se enfrentaram pelo Campeonato Gaúcho de Futebol, que estava em sua terceira etapa.

Na primeira fase, o Galo ficou em quarto no Grupo B, atrás de Grêmio, Juventude e Pelotas.

Na segunda fase, entre 10 times, o Galo terminou em quarto novamente, atrás de Grêmio, Inter e Juventude.

Após perder por 2 a 0 para o Juventude em Caxias, o Santa Cruz foi até Porto Alegre encarar o Colorado no Beira Rio pela segunda rodada da 3ª fase.

O Inter tinha em campo Manga, João Carlos, Beliato, Marinho, Vacaria (Gardel), Batista, Tonho, Luisinho, Valdomiro, Dario (Jair), e Santos.

O Galo jogou com Joceli, Joel (Keti), Djalmo, Aguiar, Félix; Foguinho, Dilvar (Remi), Roberto, Cuca; Rudi, Zezinho.

Segundo uma publicação de jornal do dia seguinte, o juiz Luis Moura Guaranha, que era auxiliado por Luis Torres e José Elói Oliveira, teve uma atuação desastrosa naquela jornada.

O Galo tinha uma defesa firme e explorava os contra-ataques, impedindo os donos da casa de realizar uma grande pressão. Mas aos 30 minutos, Santos abriu o placar para o Inter após passe de Dario.

Dez minutos depois, o árbitro teria errado em não assinalar um pênalti de Joel no atacante colorado Santos. Após o lance, Vacaria reclamou e levou cartão amarelo, ficando suspenso para o jogo do Inter em Pelotas na rodada seguinte. O fato irritou os colorados.

Na segunda etapa, em um contragolpe aos 17 minutos, Remi entrou na área e chutou, mas Manga defendeu. A bola sobrou para Rudi, que não perdoou: empate do Galo em 1 a 1, em pleno Beira-Rio, que no ano anterior havia sido palco de uma comemoração da conquista do Brasileirão pelo clube da Capital.

Mas ao fim da partida ninguém iria deixar o campo satisfeito.

Faltando dez minutos para o fim do jogo, o juiz voltaria a errar, desta vez marcando um pênalti inexistente em favor do Inter, causando a revolta do plantel Alvinegro.

Uma briga generalizada começou. A publicação do jornal a comparou com a briga ocorrida em campo no Gre-Nal anterior.

Gaúcho, técnico do Santa Cruz, entrou em campo e agrediu o juiz. Foguinho e Joceli foram expulsos do time Carijó. Ao final da pancadaria, o Galo não tinha seis atletas em condições para jogar. O árbitro encerrou a partida e a decisão foi para o Tribunal de Justiça Desportiva. O Inter queria os pontos do jogo, e o Santa Cruz pedia que a partida fosse dada como encerrada levando em conta o placar na hora em que a confusão iniciou. Os tribunais deram os pontos para o Inter.

No final das contas, pode-se dizer que o Galo de Santa Cruz é um dos times que impôs uma das mais árduas disputas para o quase imbatível Inter do fim da década de 70.